terça-feira, 30 de junho de 2009

E agora o momento da clubite aguda!

Em todos os países ha determinadas características que acabam por definir as pessoas que o habitam, por exemplo, se eu falar de séries de televisão de humor e a capacidade de transformar qualquer iguaria gastronómica em algo que sabe a nada já sabem à partida a que nação insular me Uma das grandes prendas à humanidade desta nação é o futebol, talvez não nos moldes que se praticam hoje em dia, mas isso é outra discussão que nada interessa agora.
No País do Magalhães este desporto (talvez por dar jeito aos políticos que sempre viram nele um escape do povo à vida quotidiana) está enraizado na sua cultura e na forma de estar no dia a dia.
Na sua capital está aquele que (quer queiram quer não, ou quer concordem quer não) é o maior clube do País do Magalhães, o Sport Lisboa e Benfica. E para grande deleite dos seus sócios, entre os quais me incluo-o desde Abril deste ano.
Devo confessar que só recentemente decidi escrever sobre este tema, até porque sendo um Clube que realmente espelha a complexidade do país onde se insere, nada é simples nestas eleições.
O processo começa ainda estavam a ser jogadas as ultimas jornadas de um campeonato frustrante por várias razões que nada interessam, com um agora candidato de seu nome Bruno Carvalho a pedir aos céus através do seu blog eleições antecipadas.
A actual direcção de Luis Filipe Vieira resolveu aceder ao seu pedido depois do término do campeonato.
Depois de muito se falar, de haverem movimentos que se mostraram no mínimo inconsequentes o dia em que terminava o prazo para entrega de candidaturas houve três entregas: Luis Filipe Vieira, Bruno Carvalho e Carlos Quaresma que cedo foi recusado por a sua candidatura não cumprir com os mínimos estabelecidos.
Aqui ha três sentidos de voto possíveis.
O voto em branco, em que não acredito. Se as pessoas estão insatisfeitas não é através do voto em branco que conseguem demonstrar o seu contentamento.
O voto em Bruno Carvalho. Em quem eu pensei em votar quando começou este tumulto todo mas, que à semelhança de muitos políticos, cada vez que abre a boca ou tenta ter alguma acção de campanha é uma desgraça. Para além de duas boas ideais, também conhecidas como a da bancada só para sócios e a do provedor do sócio, só faz uma colagem a um certo clube do norte no qual eu não me revejo minimamente e um chorrilho de lugares comuns, como a necessidade da renovação com Nuno Gomes.
O voto em Luis Filipe Vieira. Devo dizer que nas minhas contas começou muito mal a sua campanha. Não gostei do despedimento de Quique Flores, da novela toda com Jorge Jesus, até à própria marcação de eleições antecipadas. Contudo com o progredir da campanha cheguei à conclusão que Luis Filipe Vieira fez a melhor campanha de sempre das eleições do Benfica, ficando mais ou menos calado e gerindo o Clube para o qual tem um mandato ainda vigente. Resumindo fez muito pouca campanha e teve mais acção. (já imaginaram se os politicos do nosso País do Magalhães resolvessem fazer isto?)

Ora se eu estava com algumas duvidas sobre o meu sentido de voto com as declarações recentes de Bruno Carvalho elas dissiparam-se imediatamente. Então não é que depois de pedir repetidamente eleições antecipadas vem dizer que Luis Filipe Vieira não se pode exactamente por ter convocado eleições antecipadas??? Isto para mim é no mínimo uma demonstração de falta de caracter e uma desonestidade intelectual a toda a prova.

Tenho de reconhecer o trabalho efectuado por Luis Filipe Vieira e a sua direcção, conseguiram fazer muito com uma herança (prefiro a palavra inglesa legacy) pesada e dificil de resolver, mas não deixo de ter alguma pena que a minha decisão acabe por ser feita através do demérito da alternativa, especialmente pela falta de ideias e incoerência demonstrada em mais ou menos um mês.

Sexta-feira lá estarei.


quinta-feira, 25 de junho de 2009

Era uma vez...

...um país.
Um pequeno país à beira mar plantado conhecido como "País do Magalhães".
Na realidade esse não era o seu nome, contudo durante os últimos anos assim ficou conhecido dada a projecção, tanto do histórico personagem, como de uma calculadora glorificada que teimaram em impingir nas escolas e a outros países incautos.

Um teve de sair do seu país para ter algum reconhecimento, adoptar uma nova nacionalidade para ocupar o lugar que a história lhe tinha destinado.

Outro não passa de uma bela manobra de marketing que salva e enche de dinheiro uma empresa protegida por um qualquer governo, e que ainda por cima tem o condão de chegar tarde e a más horas aos locais onde foi prometido.

De certa forma tanto um como o outro representam o melhor e o pior deste país, onde não se presta a mínima atenção aos talentos existentes a não ser que isso se traduza numa bela jogada de marketing que galvanize a classe política dominante.

Assim é a vida no País do Magalhães...


Frase do Dia

"Qual é o interesse que o senhor deputado tem na linha editorial da TVI? Está preocupado com alguma coisa? Como eu o percebo, porque o senhor deputado acha que a TVI tem seguido uma linha contra o Governo e deve manter-se"
José Sócrates, no parlamento, em resposta a Diogo Feio (CDS/PP) sobre o negócio PT - TVI.

PT-TVI

Continuo sem concluir o que é pior:
- um primeiro-ministro saber disto e nós não;
- um primeiro-ministro saber disto e mentir;
- um primeiro-ministro não saber disto.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Finanças Simplex 2

Chego às finanças e encontro uma máquina de tirar senhas com cerca de 10 opções. Escolho a H - contencioso - e calha-me o nº 1, de maneira que telefono para casa a dizer que talvez vá almoçar.

Sento-me numas cadeiras muito confortáveis, embora decrépitas, colocadas em frente a um dos LCD'S que anuncia a numeração "premiada" atendimento.

20 minutos depois ainda ninguém foi chamado na minha categoria. Já mencionei que as cadeiras são confortáveis? Começo a perceber a necessidade disso.

O tempo livre permite-me perceber que os movimentos pendulares dos funcionários são constantes.
Chego à conclusão que o melhor é perguntar pelo contencioso. Indicam-me um balcão. Cumprimento e mandam-me sentar. A sensação de desconforto por ninguém estranhar que eu apareça sem terem chamado a senha é quase tão forte como a de deja vú.

Enquanto a senhora procura o processo no computador e prepara impressões vou-me apercebendo que aquele local foi, há mais de 20 anos, um mostruário de mobiliário de escritório: todas, mas todas as secretárias são diferentes, todos, mas todos os armários são diferentes. E não caberia mais nenhum, quer de umas quer de outros. Apesar de tudo os materiais são consistentes- entre a fórmica e o metal- e as cores aproximadas pelo amarelecer próprio do tempo.

Quando a impressora finalmente regurgita cinco penosas páginas- não sem encravar uma vez, claro- ofereço-me para pegar nas folhas, uma vez que a impressora está próxima de mim e não da funcionária.


Assino duas das folhas, a funcionária assina as restantes. E pronto. 1 carta, 5 folhas, 40 minutos, 1 telefonema e uma deslocação às finanças mais tarde extinguem-se dois processos de contra-ordenação que poderiam nunca ter existido ou ter sido extintos oficiosamente.
Porém, fica esta indicação: uma vez que os processos foram extintos a requerimento do particular e com base na ausência de prejuízo para a Administração Fiscal, tenho muitas dúvidas que sejam devolvidas verbas nos casos em que os particulares se tenham conformado com os actos e tenham extinto o processo, extinto, sim, mas por pagamento.

Fianças Simplex 1

Recebi esta semana uma notificação de uma infracção tributária- que desconhecia ter praticado- cujo texto não dava a entender qual o motivo da mesma. Liguei para as finanças para ser informado sobre esse motivo e fiquei a saber que se tratava de uma obrigação fiscal que vigorou em 2006 e 2007, de declaração anual de IVA, mas que agora já não é aplicada. Mais tinham indicação de que estas coisas eram para anular.

Só tenho que passar na repartição "para assinar umas coisas" e pronto, já está. Simplex, portanto.

Agora imaginem lá o que acontecia se em vez de telefonar para lá eu tivesse pago...